segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Para inaugurar meu blog: “Quem fui eu?!”

Durante 26 anos busquei ser aceita. Sempre precisei da aprovação de todos para tudo. Os psicólogos dizem que é pelo sentimento de abandono paterno, mas, ao longo dos anos, conheci pessoas com famílias completas que tinham o mesmo sentimento.
Vivi um grande amor, o tal do primeiro amor, que nos faz acreditar que não existe vida estando sozinho, que você precisa do outro para alcançar tal felicidade. Você se priva, você vive o outro e o outro vive você. Descobri que estava enganada depois que um relacionamento de amor (que eu acreditava ser de amor) terminou em uma possível traição e me rendeu, pouco depois, insegurança e depressão.
Entretanto, descobrimos que podemos amar de novo. E quando não aprendemos pelo amor, passamos a aprender pela dor. Mais uma vez fui jogar a responsabilidade da minha vida nas mãos de outra pessoa.
Tudo ia muito bem, mas um dia me deparei com o meu maior medo: a possíbilidade de não me tornar mãe. Quando o meu sonho foi ameaçado, tudo o que eu buscava era que aquele ser que eu depositara a minha felicidade estivesse lá para resolver os meus problemas, mas esse problema era só meu.
Então, subitamente, tudo o que eu acreditava era que eu não valia nada. Onde estavam todas as mãos que me socorriam?  Todas aquelas mãos onde eu havia depositado a minha felicidade?
Então eu entreguei a minha angustia, depositei as minhas dores e medos nas únicas mãos que realmente estão (o tempo todo estão) estendidas para todos nós, aquelas mãos que não nos cobram fidelidade e nem compromisso... As mãos que entendem o quão imperfeitos somos. Entreguei nas mãos de Deus.
Como louca para uns, e corajosa para mim, larguei tudo e fui me conhecer.  Sozinha, fui para o lugar mais longe do mapa (onde tivesse sol). Fui para a terra dos cangurus!
Nove meses, o tempo de uma gestação, o tempo de despertar uma vida, foi o meu tempo lá... E eu renasci.
Diante dos desafios de uma língua que não era a minha, em um lugar que eu não conhecia e morando com estranhos eu me superei, e descobri ali que a minha vida, minha felicidade, e nada mais que seja meu podia ser entregue para outro cuidar. A responsabilidade era, e continua sendo, só minha.
O que eu sou hoje???  Siga-me e descubra-me!

8 comentários:

  1. Crisafulli, que esta seja a primeira de uma série de postagens que você vai nos dar para ler, pensar e sentir. Beijos e parabéns por mais esta iniciativa!!! De seu velho amigo de infância...

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  2. Que bonito,Kaká!!!Tão de "peito aberto",tão franco!!!Admirável,em um tempo onde as pessoas preferem se esconder em textos prontos,recortados e colados,bonitinhosdesever.....
    Essa nova Kaká(apesar de eu só ter conhecido a "outra" de vista)parece muuuito melhor!!!!hahaha essa nova Kaká é uma MULHER!!!
    MUITO BOM!!!bjo grande

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  3. Paty, Obrigada!!! Fico feliz em ser notada na versão mulher! Beijos

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  4. Não sabia que sua viagem foi com esse intuito!!
    Eu gostaria de fazer uma.. Primeiro Itália, depois India voltando para o Brasil de maozinha dada com Javier Bardem !!! ai, ai ai....
    Brincadeiras a parte mas ainda falando do filme de ontem... Uma palavra pra voce kaka:
    DIVERTIDA !!!
    não conheci a velha kaka mas gosto muito desta!
    beijos.

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  5. Obrigada Bi, vemos nos outros aquilo que somos! Sou muita agradecida por todas as pessoas que me cercam e que são felizes comigo. Grande beijo.

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  6. EAE KA! Nossa muito legal voce ter feito um blog! Nossa levei tres minutos para ler a história que levo uma vida vendo! Voce é fascinante, sempre alegre, hiperativa ..., tenho muito orgulho de ser da sua familia!
    Um beijo do seu primo
    Hugo. ..

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  7. te conheci a uns dias!!!mas simplesmente me apaixono pelas cpoisas que vc escreve!vou colocar meus textos no meu blog!!!!!bjs..

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