terça-feira, 20 de outubro de 2020

Sobre nós, um papo sobre a nossa autoestima

 


E ai tem dias que estamos mais ou menos, o copo meio vazio, o céu meio sem cor, a piada meio sem graça.


Dia que questionamos tudo, criamos “porquês” para justificar aquele buraco que teimamos em cavar dentro de nós mesmas.


A roupa não esta boa, as olheiras estão fundas, o corpo não segue aquele padrão e o dinheiro não é suficiente. 

E de repente, temos a percepção de que não somos suficiente, que não preenchemos todos os requisitos para ser feliz e teimamos em compararmos a nossa grama com a do vizinho, mesmo sabendo que a grama do vizinho pode ser de plástico.


Vivemos em um mundo onde a informação vem em uma velocidade tão avassaladora que mal temos tempo de olhar para dentro de nós como deveríamos.


Crescemos dentro de um contexto onde crenças limitantes foram inseridas dentro de nós ao longo de anos e sem percebermos. 


“Para ficar mais bonita você precisa perder uns quilinhos”  

“Para ficar mais atraente você precisa se maquiar”

“Para ser feliz precisar ter o telemóvel de ultima geração, o carro X, a bolsa Y, e assim vai…


Você já notou que uma mulher bonita é muito mais um conceito criado na nossa cabeça e na cabeça de milhões de pessoas? 


Você já se sentiu atraída por alguém porque essa pessoa te faz rir, ou é muito culta ou tem os mesmos gostos que você - isso não tem absolutamente nada a ver com o corpo?


Você já parou para pensar que todos os momentos em que você foi extremamente feliz nada teve a ver com bens materiais.


Pois é, nos limitamos a crenças que foram implantadas antes mesmos de sabermos andar, ou falar, ou decidir as coisas por nós mesmas.


“ Fecha estas pernas menina, homem gosta de mulher feminina”

“ Não ria alto deste jeito, homem gosta de mulher discreta”

“ Não fale palavras, homem não gosta de mulher desbocada”

“Olha como a “Maria” é mais bonita/comportada/educada do que você”


Ninguém nos ensinou que se não nos gostarmos, não seremos feliz. Que se nos  compararmos com as “Marias” nunca seremos nós mesmas.


O processo de elevação da autoestima é uma libertação de todos esses pré-conceitos que foram implantados dentro de nós por séculos, e dentro de todas as outras mulheres antes de nós. É uma quebra de padrão tão necessária que urge dentro de cada uma de nós cada dia mais.


A baixa autoestima nos mantem inseguras, vulneráveis, descontentes e até mesmo depressivas.


Olhar para dentro de nós e vermos que somos muito além do que a sociedade nos convenceu, é a chave que nos abre para a felicidade, a segurança e a autoconfiança.

Este processo vai além de roupas bonitas, maquiagem perfeita… é uma viagem para o interior de nós mesmas, um trabalho de organização interna do que nos serve e não nos serve. Limpar de nosso subconsciente todas estas afirmações negativas que só nos empatam e limitam a nossa felicidade. 


Este processo que foi construído ao longo de anos deve ser trabalhado com muito amor e resiliência, com foco na mulher que queremos nos tornar, e que com certeza é um espelho da mulher que esta adormecida dentro de nós.


Devemos substituir estas crenças negativas por crenças positivas, através de afirmações diárias sobre quem somos de verdade, ou quem gostaríamos de nos tornarmos.


“Eu sou uma mulher linda”

“Eu sou uma mulher divertida” 

“Eu sou uma mulher interessante”

“Eu sou uma mulher segura”

“Eu sou uma mulher fantástica” 


Vamos experimentar nos olharmos no espelho e ao invés de buscar aquilo que não gostamos, vamos só focar naquilo que gostamos, e assim vamos nos descobrindo mais bonitas a cada dia.


Vamos experimentar viver todos os dias a mulher que somos de verdade, ou exatamente aquela que gostaríamos de ser. Aquela que anda com a cabeça erguida e os ombros abertos, que não tem medo do julgamento alheio e nem das criticas “construtivas”. Vamos viver esse mulherão que existe dentro de nós, e do lado de fora, nada mais vai importar.





Kaká Crisafulli 

20/20/2020





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